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    Os átrios            Quando criança, vovó contava histórias maravilhosas sobre um jardim que Deus construiu para seus filhos. Mas aconteceram coisas que O entristeceram tanto que toda a humanidade foi banida do paraíso. Até que um dia Seu Filho, veio ao mundo propor aos homens um Caminho para voltar ao Reino. Mas as pessoas haviam mudado tanto, que não conseguiram acreditar.       Um dia, ao subirmos uma colina, vovó apontou para o norte. E eu assentei em meu coração: quando crescer, vou conhecer essa cidade ao norte onde está o Jardim. Para uma criança não há impossíveis, um coração juvenil não entende muito bem as limitações de um adulto.         Hoje penso que minha avó queria nos dar esperança e adoçar o próprio coração diante das vicissitudes da vida. Mas agora, depois de decepções e desencantos, há momentos que gostaria de voltar a acreditar.          Por uma destas coincidências difíceis de explicar, a empresa que comprou a Taberna onde eu trabalhava desde a adolescência, pl

Sobre Fundamentos, um conto

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  S OBRE FUNDAMENTOS,                                                             U m C onto:              O Jeep deixou o cavalheiro à entrada do mosteiro. Ernest agradeceu, e desceu, taciturno, a estradinha de pedras.             Apesar de cansado da viagem observou a paisagem, uma antiga construção quase à margem do precipício.         Nos primeiros dias de sua estada, foi apresentado a seu colega de quarto. Informado dos horários da capela. E horários das refeições. Horários rigorosos, para um lugar frio e silencioso. Quase uma semana se passou quando foi chamado a conversar com Silas, o Monsenhor.        Cedo, após as orações da manhã, durante o desjejum, Silas homem simples e despojado, segundo Ernest, convocou-o para sua mesa: Lá fora, embaixo do arvoredo.       Meu nome é Silas, apresentou-se o monge, convidei-o para conversarmos aqui porque já é primavera, já não faz tanto frio. Embora sejam bastante simples nossas acomodações, continuou, espero que esteja tendo u
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 O Cobertor Colorido        PRÓLOGO         Este conto nasceu de um olhar sobre nossos dias. E da lembrança de uma linda história que conheci.      Há algumas décadas, um jovem pastor narrou uma experiência, de sua infância, para ilustrar sua ministração: Quando menino, acordou numa madrugada fria, ouvindo uma suave conversa. A porta do quarto ao lado estava entreaberta, e sua avó ajoelhada no chão, sob um cobertor colorido, orava.        Não guardei mais detalhes, mas a mensagem que ficou em minha memória: Sua avó, nas madrugadas frias, orava por sua família sob um cobertor colorido.         Recentemente passei por um jovem casal como tantos outros, exceto por um detalhe: A moça em seu agir, seu andar, seu falar parecia uma princesa. Logo lembrei: esta moça é uma das bisnetas da mulher que orava por sua descendência, sob um cobertor colorido. A vovó do cobertor colorido, já a muito não está aqui. Mas quem a conheceu ou ouviu falar, pode ver o fruto de seu andar ainda hoje, em ramos ma